De Giovanni Freire do SOL
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Foto: Manoel Lopes |
A II Caravana em defesa do Rio Tapajós foi uma mobilização realizada por movimentos sociais dos municípios de Santarém, Itaituba, Jacareacanga e Aveiro. Essas organizações estão unificadas no Movimento Tapajós Vivo. Três barcos e um ônibus saíram de Santarém em direção à Itaituba. O evento começou na sexta-feira (26) com uma caminhada que saiu da praça do Cidadão e seguiu pelas ruas do centro em direção a Orla de Itaituba no final da tarde, onde teve apresentações culturais na Orla pela noite.
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Foto: Giovanni Freire (Líder Munduruku) |
Os indígenas do norte do Mato Grosso também estão na resistência, já que os territórios estão na rota das usinas hidrelétricas previstas para ser construídas nos rios Juruena e Jatobá, além de pesquisadores de instituições de pesquisa e de universidades, projetos e membros do Ministério Público Federal que estiveram participando do evento.
No sábado (27), pela manhã aconteceu uma mesa de espiritualidade e em seguida, as atividades autogestionadas.
No domingo (28), foi encerrado com assinaturas à uma carta que deve ser encaminhada ao Papa Francisco e no final da tarde com um abraço simbólico nas águas do rio Tapajós na Orla de Itaituba.
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Foto: Manoel Lopes |
A II Caravana tem como tema: "Seus povos e sua cultura" onde o objetivo é mostrar e sensibilizar a população dos desastres e danos ambientais que possam acontecer com a construção da usina hidrelétrica de São Luís do Tapajós. Segundo o projeto, São Luiz do Tapajós prevê uma usina de 6,1 mil MW próximo à cidade de Itaituba. No mesmo rio, há também o projeto de fazer outra usina, Jatobá, que geraria mais 2,3 mil MW. O custo de construção do complexo era estimado em R$ 18 bilhões quando lançado. A obra faz parte do PAC desde 2007.
Em 30 de maio deste ano o Ministério Público Federal enviou recomendação ao Ibama pedindo o cancelamento definitivo da usina. Mas o Ibama deu parecer em 4 de agosto, arquivando o processo de licenciamento ambiental da usina São Luiz do Tapajós, conforme recomendado pelo MPF. O arquivamento se deu por razões legais - a usina alagaria território indígena Munduruku e obrigaria remoção de aldeias, o que é proibido pela Constituição, mas também por falhas nos estudos de impacto ambiental.
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Foto: Giovanni Freire (Indígena Munduruku) |
Segundo o Pe. Edilberto Senna, representante do Movimento Tapajós Vivo, disse mesmo o governo suspendendo o projeto não enfraquece a luta "Eu gosto de lembrar aos que se preocupam e pensam que acabou a história, não acabou não, Belo Monte há 26 anos atrás, e com a pressão indígena da época, eles arquivaram e depois retomaram o projeto, e hoje está aí Belo Monte, desgraçando a nossa região. Assim o arquivamento da usina de São Luís, não podemos pensar que está eliminado, quem vai eliminar, somos todos nós do alto, médio e baixo Tapajós, todos juntos."
Sawe!
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