terça-feira, 30 de agosto de 2016

II Caravana em defesa do Rio Tapajós

De Giovanni Freire do SOL
Foto: Manoel Lopes
A II Caravana em defesa do Rio Tapajós foi uma mobilização realizada por movimentos sociais dos municípios de Santarém, Itaituba, Jacareacanga e Aveiro. Essas organizações estão unificadas no Movimento Tapajós Vivo. Três barcos e um ônibus saíram de Santarém em direção à Itaituba. O evento começou na sexta-feira (26) com uma caminhada que saiu da praça do Cidadão e seguiu pelas ruas do centro em direção a Orla de Itaituba no final da tarde, onde teve apresentações culturais na Orla pela noite.
Foto: Giovanni Freire (Líder Munduruku)
Os indígenas do norte do Mato Grosso também estão na resistência, já que os territórios estão na rota das usinas hidrelétricas previstas para ser construídas nos rios Juruena e Jatobá, além de pesquisadores de instituições de pesquisa e de universidades, projetos e membros do Ministério Público Federal que estiveram participando do evento.
No sábado (27), pela manhã aconteceu uma mesa de espiritualidade e em seguida, as atividades autogestionadas.
No domingo (28), foi encerrado com assinaturas à uma carta que deve ser encaminhada ao Papa Francisco e no final da tarde com um abraço simbólico nas águas do rio Tapajós na Orla de Itaituba.
Foto: Manoel Lopes
A II Caravana tem como tema: "Seus povos e sua cultura" onde o objetivo é mostrar e sensibilizar a população dos desastres e danos ambientais que possam acontecer com a construção da usina hidrelétrica de São Luís do Tapajós. Segundo o projeto, São Luiz do Tapajós prevê uma usina de 6,1 mil MW próximo à cidade de Itaituba. No mesmo rio, há também o projeto de fazer outra usina, Jatobá, que geraria mais 2,3 mil MW. O custo de construção do complexo era estimado em R$ 18 bilhões quando lançado. A obra faz parte do PAC desde 2007.
 Em 30 de maio deste ano o Ministério Público Federal enviou recomendação ao Ibama pedindo o cancelamento definitivo da usina. Mas o Ibama deu parecer em 4 de agosto, arquivando o processo de licenciamento ambiental da usina São Luiz do Tapajós, conforme recomendado pelo MPF. O arquivamento se deu por razões legais - a usina alagaria território indígena Munduruku e obrigaria remoção de aldeias, o que é proibido pela Constituição, mas também por falhas nos estudos de impacto ambiental. 
Foto: Giovanni Freire (Indígena Munduruku)
Segundo o Pe. Edilberto Senna, representante do Movimento Tapajós Vivo, disse mesmo o governo suspendendo o projeto não enfraquece a luta "Eu gosto de lembrar aos que se preocupam e pensam que acabou a história, não acabou não, Belo Monte há 26 anos atrás, e com a pressão indígena da época, eles arquivaram e depois retomaram o projeto, e hoje está aí Belo Monte, desgraçando a nossa região. Assim o arquivamento da usina de São Luís, não podemos pensar que está eliminado, quem vai eliminar, somos todos nós do alto, médio e baixo Tapajós, todos juntos."

Sawe!

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